quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


"Pega no telefone e finge que te preocupas. Pega nele, anda. Marca o meu número, um por um. Apaga e volta a escrever. Inspira fundo e pensa no que vais dizer. Faz a chamada. Pega no telefone e liga-me. Diz-me aquilo que te consome. Diz-me como se não houvesse depois. Tudo aquilo que te preenche a cabeça agora, o que faz o teu sangue correr nas veias. Diz-me aquilo que queres fazer, o que sentes, no que tocas. Faz de conta que não existe o amanhã. Faz de conta que só existe hoje. Diz-me a verdade, aquilo que me queres dizer mas tens medo. Eu aguento. Não me podes partir o coração outra vez. Só te restam duas hipóteses, ou pegas nele ou passas ao lado. Pensa bem. Pensa em hoje. Eu sei. Tu também sabes. Queres que te diga? Pega nele, tu sabes que queres. Mas pensa bem antes de pegares. Cuidado, não o vás deixar cair outra vez. Ele é frágil, é de vidro. Vá, pega no telefone. E liga-me. Só quero ouvir a tua voz mais uma vez."

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