quinta-feira, 21 de abril de 2011


Olha-me nos olhos o tempo que for preciso até os meus lábios se contraírem e criarem um sorriso; sorri comigo e sem dar por isso aproxima-te, mas aproxima-te demasiado como sempre fazes; faz aqueles jogos provocadores que sempre fazes comigo e aproxima-te mais; aproxima-te até o meu corpo começar a temer e se confundir com um tremer de frio que não se fazia sentir naquela sala. Sem me largares as mãos, junta o teu nariz ao meu até eu sentir o teu respirar bem alto, como o vento a gritar num dia calmo e sereno. Fecha os olhos, eu já tenho os meus fechados; junta os teus lábios aos meus, mas não te mexas, não faças nada, simplesmente deixa-me sentir o calor do teu corpo e o tremelicar do meu num desejo tão grande pelos teus lábios; não te deixes resistir tanto e beija-me assim, perfeito. Depois, liberta a minha mão direita e deixa-me acariciar o teu pescoço, como eu tanto gosto, e tu também; aproveita-te da ocasião e mete a tua mão na minha perna e continua a beijar-me com mais intensidade. Com um suspiro afasta-te do calor do meu corpo, que era pouco. Olha para mim como que se quisesses mais, mas levanto-me; agarra-me e não me deixes ir; passamos a noite aos beijos, agarrados, eu ao teu colo e tu aqueceres-me corpo a corpo, como a lei natural da sobrevivência. Tenho de me ir embora, despede-te com um sorriso; fica com os teus amigos que eu vou-me deitar. Poucos minutos depois diz que está tudo tranquilo e manda mais uma ou duas mensagens, as suficientes para eu adormecer á espera de uma. Na manhã seguinte, apesar de estarmos na mesma casa, escreve-me uma mensagem simples de bons dias, eu respondo; ficamos na conversa algum tempo e tu deixas de responder. Ao final do dia, quando tiveres notado pela minha presença ou falta dela, fala-me, diz o que tens a dizer e magoa-me, que eu aceito. Uns dias mais tarde passa por mim e faz que não me conheces, provavelmente por estarem lá os teus pais e mais conhecidos; faz com que eu não tenha significado nenhum. Mas eu vi; vi a marca que te tinha deixado na cara; vi que a minha mordida ainda permanecia lá, só restava saber se a tinha deixado também no teu coração. Então, ficou alguma?

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